quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Só nós dois




A 15 de agosto voltei a interpretar um sinal como sendo teu. Uma chamada estranha em que ninguém falava e se ouvia como fundo uma canção pimba...
Dia 19 de setembro uma chamada de um número fixo do Porto. Silêncio. Ainda bem que o meu telefone só regista os números marcados.
Seja como for, apesar da mágoa, da desilusão, sobrevives em mim. Agora de uma forma mais pacífica, mais conformada. Que remédio!
Mas hás de sempre habitar um recanto de mim, porque acredito mesmo que algo nos une.
Um dia disseram-me que éramos almas gémeas mas, quando deixo a minha parte racional falar mais alto, acredito que criei uma realidade que não existe. Que não eras tu nem nunca foste tu, mas também não sei quem foi...
Bem, de qualquer forma, está na hora de abandonar este espaço. Fechar a porta a um mundo que talvez só tenha existido na minha cabeça.
Agora que, contra todas as minhas expetativas, engravidei e tenho o meu marido muito mais próximo, há que varrer o lixo do passado e jogá-lo como pó pela janela, esperando que um vento forte o trocide.
Sinto que estás bem, que estás feliz... E ainda às vezes me interrogo como teria sido... contigo.
Mas dos "ses" não reza a história e tenho agora uma fase totalmente nova a viver, a enfrentar: a missão de ser mãe.
Sei que nunca me serás indiferente, mas quero convencer-me de que o meu futuro próximo e mesmo o mais longínquo será o meu maior aliado para te "esquecer".
Os meus olhos serão sempre os meus olhos.
Adeus.