quinta-feira, 31 de maio de 2012

Gavetas de sentimentos

O meu coração está dividido em pequenas gavetas
Que se abrem e fecham
Como janelas indiscretas.
São gavetas com vida, gavetas de sentimentos
Que se libertam
Dependendo dos momentos.
Quando me sinto sozinha e abandonada
Abro a gaveta da solidão
Que me abraça até de madrugada.
Quando me invade o contentamento
Abro a gaveta da alegria
E esqueço a dor e o desalento.
Quando me assusto a valer
Abro a gaveta do medo
E até a alma sinto a tremer.
Quando chega a hora da despedida
Abro a gaveta da saudade
E perco o sentido da vida.
Quando um amigo precisa de mim
Abro a gaveta da amizade
A resposta é sempre 'sim'.
Quando estou triste e desanimada
Abro a gaveta da tristeza
E aí fico, sem pensar em mais nada.
Já a gaveta do amor,
Só a hei de abrir quando me sentir apixonada.

ana miguel soares

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Celebrar a vida



Há dias em que só queremos a penumbra por companhia.
Ficar submersos na nossa interioidade, nas nossas imperfeições...

Porém, agora que a noite cai,
quero apenas sentir que estou viva
e celebrar a vida...
"We are young!!"
Yes!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Pablo Alboran : Desencuentro



Just words are not enough...

You keep on confusing me
with your mean games.
To make me believe
you walked a step ahead.

Still,... I wonder...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Time scars

Now I can see the time scars on my face
The marks of the pain
your silence causes
day after day

They seem to dig
deeper and narrower

I feel incredibly tired
I have my half
but I don't know
if after all
you're my true half

I'm thirsty,
my skin and my body too.

My heart cries
my eyes bleed
because they need you

"Somewhere in my heart there is a star that shines for you"
Forever...
I'll miss you!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Parafraseando Camões

Recebi este texto que me pareceu estar bem conseguido. Para reflexão, em início de mês...


I


As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!


II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!


III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.


IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!


Luiz Vaz Sem Tostões