sábado, 15 de fevereiro de 2014

Misto

Mais um dia.
Há dias que ando para cá vir escrever-te.. às vezes acredito que agora possas ter capacidade de ler o que escrevo aqui - o tal diário com vida...
Isto tem tudo menos de diário. Raramente cá venho, mas sinto que me faz bem escrever, ainda que seja para relembrar um morto.
Quando choro (e chorava) sentia sempre que um pouco da dor de não te ter estava contida em muitas das minhas lágrimas. E assim continua a ser.
Às vezes pergunto-me se a tua alma andará por aí, se terás encarnado no meu filho...e outras vezes até penso que morrer não seria assim tão mau, se fosse para te "encontrar".
Devo estar a ficar louca! Olha, tenho um bebé a chorar.
A obrigação de mãe chama-me. Mas volto.
(19/01/2014)
------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Bem, quase um mês depois, cá voltei... A vida de mãe consegue ser extenuante...

Faz hoje um ano que te vi pela última vez. E não foi um ver de relance, foi aquele encontro, aquela conversa que sempre quis ter contigo. Tinha descoberto há pouco mais de um mês que havias casado no ano anterior. Que rapidez! Nem 2 anos de namoro... Parece que estavas a adivinhar que tinhas pouco tempo. Ou talvez te tivesses apaixonado mesmo de uma forma bastante forte.
O que me consome é a dúvida. Porque apesar de estar convicta de que eras tu o mensageiro secreto, não sei se realmente eras feliz ou se até eu terei alguma cota parte de responsabilidade no que te aconteceu. Mas não quero pensar nisso.
Às vezes olho para o meu A. e penso em ti. Ontem passei a noite de S. Valentim sozinha com ele.
Está cada vez mais fofo.
Tenho tantas saudades tuas, infinitamente tantas quantas a certeza de saber que não voltarei a ver-te.
Penso algumas vezes que um dia irei à tua campa deixar-te uma tulipa vermelha, símbolo do meu amor eterno.