sábado, 6 de junho de 2015

Renovação?


Boa noite, meu amor.

Os meus bebés estão cada vez mais crescidos. Hoje quis muito vir aqui, depois de ter-te percorrido todas as linhas do rosto com o cruel cursor, enquanto algumas lágrimas furtivas me alagaram os olhos.

Não quero que sejas fonte de tristeza. Quero imaginar-te liberto e glorioso, feliz como esta criança.

Sinto-me envelhecer como mulher, mas renovada no papel de mãe. Prolongar a existência através de dois seres tão especiais é mágico. Quero reinventar-me de todas as maneiras possíveis, mas sabes (TU SABES) que o frenesim de ser verdadeiramente feliz se foi. Falta sempre algo. Foi sempre assim.
Voltaram as crises de ansiedade, o intenso ardor da revolta, o cansaço esgotante do trabalho e da falta de educação que grassa nas salas de aula. Estou exausta de repetições infelizes que me tolhem a vida.
Por que tenho que ser serva do ordenado?
Mas também soube explodir. Também me ouviram e também me leram. A Democracia serve ao menos para aparentemente aliviar as mágoas.
Quero muito cuidar de mim.
Gostar-me.
Mimar-me.
Explicar-me perante esta vida que escolhi.
Não te consigo expulsar dela.
Regressas sempre.
Tenho vontade de te visitar e chorar ao teu lado.

Agora vou ter de continuar os testes, apesar da dor de costas.
Beijo-te a alma.