segunda-feira, 2 de junho de 2014

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Tinha de vir cá hoje corroborar a minha incredulidade, 8 meses volvidos.
Continuo a pensar em ti nos vários momentos que cada dia da minha vida me oferece.
Continuo estupefacta com o espetáculo da vida.
Cada vez ouvindo menos o silêncio.

Há dias escrevi-te um texto que reza assim:

"21 de maio de 2014 - 1a.m.

Digamos que este poderia ser o nosso "diário com vida"...
Por ser dia 20 lembrei-me de ti. Também por ter olhado para a lua (cheia, linda...), uma meia lua que carreguei hoje ao peito num colar algo étnico que tenho. É dos que mais gosto de usar.
Lembrei-me hoje da música dos Queen "Love of my life" - como gostaria de ta ter dedicado.
Lembrei-me também do teu aniversário de 2009 em que nos cruzámos naquele famoso bar de danças latinas... No teu trajeto de saída parecias procurar-me com o olhar e não só... e lá nos cumprimentámos num misto de concumitantes "olá e adeus". Ainda tive tempo de dizer: "Parabéns!" e tu "Obrigado", talvez sem saberes ainda que tinha enviado outra mensagem via email dizendo: "Apesar de não te lembrares de mim, eu nunca me esqueço de ti."
Lembro-me bem desse dia. Dancei algumas mesmo à tua frente, toda envergonhada... Estavas encostado ao balcão com o teu irmão; aliás, passaste lá a noite. Nem uma dançaste!
Deus roubou-te a vida! Ou será que foi tal o teu desgosto que pudeste causar tanto mal a ti mesmo com aquela ruptura... e tu a minha perda!
Gostava tanto de ter podido conversar contigo, estar contigo, antes de teres "encontrado" esta última pessoa. Queria ter sido aquela amiga, o teu ombro, sei lá... juro que não ia tentar nada. Nem um abraço... um toque de mãos... bem, pelo menos dançámos uma bachata! Incompleta mas dançámos. Contigo foi sempre tudo desencontrado ou incompleto...Acho que éramos mesmo almas gémeas. Talvez o destino tivesse traçado que eu ou tu morreríamos para nos podermos encontrar numa outra vida. No bloco de partos bem senti a morte perto.
Nunca a filosofia dos karmas e da reencarnação me fez tanto sentido. O sobressalto de poder encontrar-te por aí acabou. Mas fica um vazio tão grande...um buraco tão fundo... tão escuro, como a boca de Deus...
E também aqueles telefonemas em que ninguém falava... Tinhas de ser tu. Eras tu!
Que saudades, ETERNAS SAUDADES, minha alma gémea!"

No silêncio da noite, tento acreditar que estás perto e bem.