quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Depois de tanto tempo...


Depois de tanto tempo, pensar em ter-te perto, olhar-te, perder-me... será verdade?
Tomaste de assalto meu coração, minha vida, ai... que desgraça! Estava eu destinada a viver assim, partida. Um dia só, noutro dividida.
E, apesar disso, quero ser o teu ombro, o teu espelho, o teu barco, o teu porto de abrigo.
Estou em agonia com o teu silêncio. Penso. Ela estará contigo, decerto.
Porque tardaste tanto? Porque me deixaste quase começar a esquecer-te, tentar afogar o fogo que me consome cada vez que te sinto perto? Será que estava escrito? Dois moliceiros... tantas vidas cruzadas, separadas por um canal de mistério. Tão longe, tão perto. Onde estás?
Sinto o meu peito sufocado de tanta emoção, tudo junto, tudo tanto... tão pesado.
O que fiz com o meu passado? Porque deixaste? O que faço agora? Não consigo esperar, não quero esperar. Fujo ? Corro? Morro?

Já imaginei até um lugar, calmo, neutro. Sentar-me ali ao teu lado, ver-te chegar.
PUM PUM, PUM PUM, PUM PUM, ... será assim?

Se ao menos não fosses tu... mas também quero tanto! Sempre foi a ti que procurei em todo o lado.
Só ver-te de longe... que emoção! Tanto que quero dizer-te, tanto que quero contar-te... ou simplesmente partilhar o mesmo ar, olhar na mesma direção.

Algo em comum, dizes tu ... nem te conheço. Não sei explicar. Tudo se condensou no olhar.
Tenho a vida num labirinto de incerteza, num fogo cruzado, num voo sem destino, num tão perigoso e pantanoso limbo que não consigo... usar a cabeça. Sou só emoção.

Agosto 2010

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