quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ao agente

Penso em ti
como num rio fulvo
borbulhante de paixão
insistente, insolente
sem mão na mão

Penso em ti
como desejo perverso
no insconsciente submerso
regorgitante desse teu egoismo
malévolo, decepcionante
mas ainda assim de um fulgor
revigorante e infinitamente atraente

Penso agora em ti
como um cardo amargo
um icebergue
no deserto do desejo
um aguilhão
no coração da esperança
um vilão
do sentimento honesto, verdadeiro

Depois da escalada ao climax
Chegou, inusitada, tua indiferença
Na caixa do tudo, o nada

Destruiste-o como um terramoto de silêncio
Deixaste-me a sangrar de desapontamento
Trespassaste minha alma
de dilacerante ingratidão

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